Archive for novembro, 2010

Marajó


Nosso destino hoje é um lugar distante, exótico, cheio de curiosidades, onde homem e natureza se misturam, mas que ainda é pouco conhecido dos brasileiros. E a história daqui é tão interessante quanto o lugar! Diz a lenda que há muito tempo, 3 irmãos portugueses vieram parar aqui e criaram uma enorme fazenda. O mais novo, se apaixonou por uma guerreira da tribo dos Aruãs chamada Jó. Revoltados com o amor proibido entre uma índia e um europeu, os outros 2 irmãos decidiram voltar para Portugal. Triste, o jovem apaixonado parou de comer e acabou adoecendo. Preocupada, a família perguntou o que poderia ser feito para ajudá-lo. Antes de morrer ele disse: amar a Jó. E foi assim que surgiu o nome desta ilha: Marajó.

O ponto de partida é sempre Belém e só tem duas formas de se chegar a Marajó: de avião ou de barco. A travessia dura, em média, 3 horas. As vezes mais, dependendo da maré. Chegando lá, desembarcamos no Terminal hidroviário de Camará. Depois, uma van Para Salvaterra e de lá mais um trecho -de balsa- até Soure.

É na Orla que está o Trapiche, o portal de entrada pra quem chega de balsa. A cidade é bem simpática e hospitaleira, com casas simples ruas arborizadas (quese todas as árvores são mangueiras) e muita gente nas ruas.

Para quem gosta de programa local, a boa pedida é acordar cedo pra tomar café da manhã no Mercado Municipal, que bem no centro de Soure. Quem quer conhecer a cultura e os costumes locais, esse é o lugar ideal.
Soure é dividida em ruas e travessas. Todas conhecidas por números. É no centro que estão as ruas de maior movimento, bancos e o comércio em geral.

Se você pensa que vir a Marajó vai ajudar na dieta, que será a base de peixe e água de coco, se engana! Não adianta querer emagrecer por aqui. É que a culinária da ilha reúne com maestria peixe, caranguejo, camarões, queijos, doces e, claro, carne de búfalo! Quem nos apresentou as delícias marajoaras foi Dona Nalva, que tem um restaurante que leva o nome dela. Passar por aqui éprograma obrigatório para quem visita a ilha.

Aqui no Marajó, o búfalo é rei. Eles são um dos pilares da economia local junto com a pesca e o turismo. Agora, o mais inusitado pra quem vem de fora é que na ilha eles são criados soltos e circulam livremente pelas ruas. Apesar do tamnho e da cara de mau, os bichinhos até que são mansos. Dá até pra pousar pra fotos com eles!!!

Mas nada de pena na hora do almoço, hein!!! A carne do bicho é simplesmente DI VI NA!!!! Aqui na ilha existe também uma outra tradição. Tomar caldo de turu. Dizem que é afrodisíaco e tal…. eu quis saber do que se tratava e fui descobrir que se trata de um molusco que dá no tronco das árvores do mangue. É…. como fui a trabalho, gravar uma reportagem, fui convidada a acompanhar seu Antonio, mais conhecido como verruguinha a participar da cata do caranguejo e da cata do tal turu. O bichinho se alimenta da seiva da árvore e alguns podem chegar a medir até um metro de comprimento. O bicho é feio…. pra quem não está acostumado chega a ser…. bom, deixa pra lá. Vamos ao que interessa: é nutritivo, quase não tem gordura e nem calorias, além disso é riquíssimo em cálcio.
Os catadores costumam comê-los cru e ainda no mangue. Ali mesmo ele é limpo e lavado na pagua salobra. A aparencia não é lá das melhores, mas mesmo assim decidi arriscar.
Tem gosto de ostra!!!

Marajó tem várias praias, todas de rios. Uma das mais bonitas é a Barra Velha. O local é preservado por estar dentro de uma reserva ecológica e o acesso aqui é limitado. E o que não falta por aqui é programa diferente, incluindo até o chamado turismo ecológico e turismo de aventura. Um desses lugares é a Fazenda São Jerônimo, um lugar que hoje vive de mostrar, a quem vem de fora, como é a vida, o dia a dia de um vaqueiro, de um autêntico marajoara.

NO PASSEIO DE BARCO PELOS IGARAPÉS,

LÁ PELAS TANTAS, O MANGUE DESÁGUA EM UM LARGO ESTUÁRIO, ONDE DO LADO DIREITO É MATA FECHADA E DO LADO ESQUERDO, UMA PRAIA PRATICAMENTE INTOCADA. DEPOIS DA CAMINHADA PELA PRAIA, ENTRAMOS NOVAMENTE EM UMA TRILHA NO MEIO DO MATO, MAS DESTA VEZ ……. NUM MANGUE. UMA VERDADEIRA FLORESTA DE MANGUEIROS, COMO ESSAS ÁRVORES SÃO CHAMADAS AQUI. CUIDADO PARA NÃO ESCORREGAR, ALERTOU SEU BRITO. A PONTEZINHA É FRÁGIL E ESTREITA. É MELHOR ANDAR COM PÉS ABERTOS, COMO SE FOSSEM DEZ PRAS DUAS.

E LÁ FOMOS NÓS, NOS EQUILIBRANDO SOBRE A TERRA DOS CARANGUEJOS

HOJE, O NÚMERO DE BÚFALOS É MAIOR QUE O NÚMERO DE HABITANTES.

DECIDIMOS CONHECER UM POUCO MAIS SOBRE ESSES ANIMAIS. FOMOS PROCURAR QUEM MAIS ENTENDE DO ASSUNTO AQUI NA ILHA. VIEMOS ATÉ A FAZENDA BOM JESUS, DA Veterinária EVA ABUFAIAD. SÓ DE CONVERSAR COM DONA EVA, JÁ VALE A VISITA.